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A contribuição de José Carlos Lassi na saúde

José Carlos Lassi tinha vontade de fazer vestibular para música: “Conhecia músicos muito talentosos, mas pude ver que tinham um nível de vida muito difícil, até hoje é assim. Há amigos meus que tocam na noite por R$ 100 a R$ 150 por 3h, 4h de trabalho. Naquela época era pior ainda”.

Os familiares médicos sugeriram ao jovem Lassi escolher uma carreira na medicina que tinha a ver com música. Assim foi feito: “Queria ser foniatra, pois não havia fonoaudiologia no Brasil à época. A foniatria tem uma área relacionada à música mas também envolve AVCs com perda de fala, audição, amnésias, toda a questão de surdez e desenvolvimento infantil, síndromes etc.”, explica José Carlos. Ele também teve bolsa de estudo num curso de pós-graduação em foniatria e otorrinolaringologia na Argentina, em que um dos estágios foi no famoso Teatro Colón, onde existia um serviço de foniatria para os cantores.

Diretor de uma clínica em Belo Horizonte, Lassi trabalhava na parte de diagnóstico e reabilitação e foi ainda presidente da Febiex (Federação Estadual das Instituições de Reabilitação do Estado de Minas Gerais) e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. “Assumi essa função logo após a publicação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Tínhamos, no início dos anos 1990, 6 mil crianças catalogadas que pediam esmolas nos semáforos de Belo Horizonte. Com a ajuda de instituições públicas e privadas, conseguimos diminuir para 700, 800 crianças, pois os pais passaram a ser obrigados a colocar os filhos na escola”. O médico reconhece que o problema ainda persiste, mas avisa que o motorista pode procurar o Conselho Tutelar e denunciar quando vir alguma criança trabalhando. “Fica a cargo de cada um consumir ou não os produtos ofertados nos semáforos”.

Outra contribuição de José Carlos Lassi foi às pessoas com deficiência física: “Fiz parte do Conselho Estadual da Pessoa Portadora de Deficiência e fui diretor do International Board of Directors, um programa que tinha por objetivo estreitar as relações dos Estados Unidos com a América do Sul”. Entre os milhares de trocas, o médico destaca elevadores e área reservada para cadeirantes nos ônibus; vagas para deficientes perto de elevadores, inclusive em shoppings; aumento na utilização da linguagem de sinais por não surdos, o que se observa nos cursos superiores com intérprete disponível.

Médico de família e da comunidade

Atualmente, José Carlos Lassi é médico da família e da comunidade concursado na prefeitura desde 2012: “Passei minha clínica aos funcionários, pois não aguentava a carga de trabalho”. Ele atende no Centro de Saúde Paraíso, em Santa Efigênia, na parte de medicina preventiva e curativa em nível de atenção básica, pré-natal, casos mais simples de pediatria, doentes crônicos (diabetes e hipertensão) e doenças infectocontagiosas como tuberculose e hanseníase. Além da questão de vacinas, curativos e feridas.

Segundo o médico, o programa de tabagismo e o controle sobre diabetes e hipertensão são exitosos, mas há um problema grave: “A prevenção às doenças sexualmente transmissíveis teve uma piora enorme, perdeu-se o medo de não usar preservativos, aumentando a incidência de aids e sífilis”. De acordo com ele, “as gerações mais novas não viram o que a aids proporcionava antes dos coquetéis: perda de massa muscular, tumores pelo corpo todo etc. A sífilis, se não tratada, é muito grave, pois pode destruir a capacidade neurofuncional e cognitiva e começa com uma feridinha nos órgãos genitais”, alerta o médico.

Ele explica ainda que a prevenção a doenças traz economia de dinheiro para o Estado: “Não existe saúde pública gratuita. Quem não trata a diabetes pode vir a sofrer amputação de membros, cegueira, AVC, insuficiência renal crônica e infarto. Prover esse atendimento de forma universal no Brasil é difícil”.

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