Casa de Maria precisa de doações na pandemia
Todo mundo perdeu algo por causa do coronavírus. Porém, os mais necessitados estão com dificuldade de colocar comida na mesa. Nilza Soares, a Dona Nilza, coordenadora da Casa de Maria, instituição que funciona há 18 anos e serve refeições a moradores do Aglomerado e de rua, vê isso todos os dias: “Houve um grande aumento no número de pessoas atendidas. Chego a oferecer 250 a 300 refeições por dia, inclusive para pais que estavam empregados e suas crianças”. Ela, que mora no Aglomerado da Serra há 48 anos, conta que muitos deles ajudavam a Casa de Maria com algum mantimento, mas agora “são eles que precisam desse auxílio”.
A rotina de Dona Nilza e das 14 voluntárias do projeto, que funciona na Rua Caraça, 966, quase esquina com Rua Guaxupé, começa bem cedo: “Preparamos as refeições desde antes das 6h da manhã e iniciamos a distribuição por volta das 10h15 para não dar fila”. O almoço é servido de segunda a sexta até as 16h. Duas vezes por semana, a Casa de Maria oferece angu, arroz, feijão, batata, cenoura, beterraba, inhame, cará, abobrinha e/ou moranga, e as pessoas levam sopa para o jantar. “Nos outros três dias, servimos sopa no almoço e no jantar e costuma ter pão, frutas ou iogurte de sobremesa”.
Em razão da pandemia, os moradores atendidos não podem mais comer dentro da instituição: “Os policiais e a Vigilância Sanitária pediram que tomássemos providências, caso contrário fechariam a Casa de Maria. Então, preparamos marmitex com uma colher descartável, colocamos uma mesa na entrada e as pessoas fazem fila, sempre com uso de máscara e distanciamento”.
Evidentemente, as pessoas que estão esperando pelo prato de comida precisam muito mais do que simplesmente se alimentar: “Ouço muitas histórias, até me emociono. Elas agradecem muito a possibilidade de almoçar e jantar e dizem que, se não fosse a Casa de Maria, seus filhos acabariam indo por caminhos errados. Somos um ponto estratégico de solidariedade e carinho, matando a fome de quem está necessitado e dando uma vida decente, seja com um prato de comida, um banho ou uma palavra amiga. Aqui não servimos apenas refeições, sentamos para conversar e escutamos o que essas pessoas têm para dizer com carinho. Elas ficam até surpresas”, explica Dona Nilza.
Para continuar ajudando os mais necessitados, a Casa de Maria conta com a sua doação: “Precisamos, principalmente, de macarrão, feijão, alho para dar um gostinho na sopa e óleo, que muitas vezes falta. Sal também, estou temperando a sopa com sal grosso doado”. Dona Nilza também pede embalagens de marmitex, colheres descartáveis e uma panela de pressão de 12 litros, mesmo usada. “Não temos apoio de políticos ou da prefeitura, mantemos a instituição e pagamos contas de água, luz e telefone com doações”.
A Casa de Maria também recebe roupas em geral, agasalhos, cobertores, cadeiras de roda e de banho, colchões, brinquedos, roupas de criança, toalhas de banho etc. “Temos uma Kombi para buscar as doações, basta ligar no 3264-6003 de segunda a sexta (6h às 16h). Se só puder entregar aos fins de semana, eu venho aqui receber (Conta-Corrente 63537-6, Agência 1403 – Banco Itaú)”. Ajude os mais necessitados nesta pandemia!