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O cigarro eletrônico, afinal, é vilão ou mocinho?

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Enquanto no cigarro convencional a queima é por combustão, o modelo eletrônico funciona à base de vaporização. A indústria dos dispositivos eletrônicos para fumar apresenta os produtos como alternativa para quem quer substituir o cigarro tradicional, segundo o Ministério da Saúde com quase 5 mil substâncias tóxicas, minimizando-se os males causados. Mas os especialistas alertam: “Até o momento não há evidências científicas sobre a eficácia do cigarro eletrônico, com suas mais de 80 substâncias tóxicas, na redução de danos e como auxílio na cessação do tabagismo”, afirma a pneumologista pediátrica e sanitarista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de outras Drogas (Contad-MG) da Associação Médica de Minas Gerais.

Para o professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), pneumologista e especialista em políticas de controle do tabagismo, Paulo César Correa, a maneira como a indústria apresenta o cigarro eletrônico causa uma falsa sensação de segurança para a população. “Diversas pessoas que já fumam migraram para o cigarro eletrônico, mas o que observamos é uma associação dos diferentes tipos: cigarro convencional, o de palha e o cigarro eletrônico”. O especialista afirma ainda que qualquer produto que seja fumado causa problemas: “Se você não quer ter os riscos associados ao cigarro, não use o cigarro eletrônico”, orienta.

Conforme os fabricantes, o cigarro eletrônico concentra nicotina líquida, substâncias gordurosas, normalmente glicerina vegetal ou propilenoglicol, e flavorizantes responsáveis pelo aroma e pelo sabor. Por se tratar de um produto recente no mercado, os estudos sobre os riscos do uso dos dispositivos não são conclusivos, “mas os efeitos das substâncias químicas presentes nos equipamentos são bem conhecidos: a nicotina é uma droga psicoativa que causa prazer e é responsável pela dependência do fumante. Pode também causar danos ao sistema cardiovascular”, explica Maria das Graças. A especialista destaca ainda que as substâncias que compõem os dispositivos também podem causar câncer e doenças respiratórias como asma brônquica, colapso pulmonar e fibrose pulmonar.

Em nota enviada ao PLANETA SERRA, a Secretaria Municipal de Saúde informa que em Belo Horizonte não são colhidos dados de doenças relacionadas ao uso do cigarro eletrônico. De acordo com a Contad-MG, da Associação Médica de Minas Gerais, o Brasil registra três casos suspeitos de doenças pulmonares agudas referentes aos dispositivos, sem óbitos.

Mesmo sendo proibido no Brasil, o cigarro eletrônico pode ser encontrado na Internet. O jornal PLANETA SERRA, sem se identificar, procurou pelos produtos em estabelecimentos comerciais do bairro e adjacências. Não encontramos nenhum dos itens e, em alguns locais, os atendentes se espantaram ao serem perguntados se vendiam o cigarro eletrônico ou os tanques com a essência líquida usada no dispositivo (foto).

A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte realiza vistorias motivada por denúncias da população. Se por acaso você flagrar algum estabelecimento que esteja comercializando cigarros eletrônicos, ligue no telefone 156, utilize o PBH APP ou, ainda, você pode acessar o site www.pbh.gov.br (clique na aba Fale Conosco, depois na opção Ouvidoria e siga os passos).

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