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Moradores ilustres no 1º quarteirão da Amapá

Comem o que lhes oferecem. Dormem com as patas para cima, relaxados. Essa é a rotina de dois cachorros que praticamente moram no primeiro quarteirão da Rua Amapá: “Eles apareceram aqui durante a pandemia. Antes eram três, mas a fêmea foi adotada. Apesar de viverem no Aglomerado da Serra, os animais costumam ficar o dia inteiro aqui, às vezes até dormem. Só vão embora se estiver chovendo muito”, afirma Hamilton Mourão, que tem um comércio no local.

Ele dá retalho e muxiba de carne para os cães, que também ganham ração e até marmita só com carne de moradores e outros comerciantes: “Já vi uma quentinha com farofa, mas cachorro não come isso, né? (risos). Peço às pessoas para colocarem a comida num saquinho ou jornal para não ficar sujando o passeio”. Até o fechamento desta edição, os animais ficavam deitados num papelão, mas já tiveram casinha com caixas de leite e de suco e até uma de papelão com teto de lona e cama de isopor, roupinhas e uma coberta – os últimos três itens acabaram roubados.

O comerciante conta que os cachorros são muito bem tratados e queridos. “Uma pessoa fornece comprimidos para vermes e eu os levo para vacinar todo ano. Os moradores até falam que os cachorros são meus, mas não é verdade”, explica. Entretanto, Hamilton reconhece ter desenvolvido uma conexão com os cães: “Eles me seguem quando preciso fazer entrega e ficam esperando do lado de fora, costumam até chorar”.

 

Hamilton afirma que na maioria das vezes os cachorros são mansos: “Por serem machos, eles não aceitam outro macho por perto, então quem passeia com cachorro precisa passar pelo outro lado”. Na opinião dele, os moradores e comerciantes meio que adotaram os animais: “Algumas pessoas brincam com eles, fazem carinho, até criança de 3 anos pode passar a mão. Hoje o ser humano tem mais amor pelos animais, são membros da família, antigamente não era assim. Se esses cachorros não estivessem aqui, acho que o meu dia a dia seria até sem graça, sabe?”, confessa o empresário, que só não frequenta o local aos domingos.

Sujeira no quarteirão
Hamilton entende que, apesar de os cachorros dormirem no passeio, a rua é pública. “Não é nosso espaço, então de vez em quando eu ou outras pessoas varremos o passeio e recolhemos o lixo. O problema é que costumam jogar lixo em uma árvore quase em frente ao meu comércio (foto), o fiscal da prefeitura passa e me cobra. Mas não é coisa minha nem dos cachorros, é falta de educação das pessoas”.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, também reclama: “É um problema crônico toda essa sujeira praticada pelos comerciantes e alguns moradores na Rua Amapá. Onde deveria ter jardim fica sendo ponto de descarte de vários materiais como garrafas quebradas, sacos plásticos e embalagens”. Ela afirma que a comida deixada no passeio para os cães fica cheia de moscas. “Esse quarteirão sempre foi sujo, mas piorou com os cachorros”.

O PLANETA SERRA procurou a SLU: “A Rua Amapá tem varrição às quartas-feiras e é atendida pela coleta diariamente. O lixo deve ser colocado, embalado, após as 19h. A SLU salienta que é importante que a população colabore para manter a cidade limpa e organizada”. A autarquia não recebeu nenhuma reclamação sobre lixo no local recentemente. “O cidadão pode registrar a sua denúncia pelo aplicativo PBH APP ou diretamente no link bit.ly/3I9dTss”.

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