Serra em 2 meses: sem internet, telef., sinais…
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Em agosto e setembro, nosso bairro teve muitos furtos de cabos e equipamentos eletrônicos dos controladores de semáforos. O trânsito ficou prejudicado em razão dos aparelhos desligados ou com luz intermitente por mais de 24h, principalmente nas esquinas da Palmira com Rua do Ouro e com Estevão Pinto, ambas movimentadas. A BHTrans informa que, diferente dos cabos, os equipamentos requerem um tempo maior para manutenção. “Estamos deslocando os controladores para um local mais alto a fim de coibir os furtos, que até junho custaram R$ 670 mil em BH. A Guarda Municipal está se dedicando para identificar locais de receptação”.
Recebemos relatos e acompanhamos nas redes sociais a preocupação das pessoas diante da falta do sinal de internet e telefone. Equipes das empresas de telecomunicações trabalhavam dia e noite em pontos da Serra para substituir os cabos. Enviamos várias perguntas a Vivo e Claro questionando quais medidas estavam sendo tomadas além de apenas repor a fiação cortada. Porém, só obtivemos retorno da primeira empresa, que mandou uma nota genérica. “Furto, roubo e vandalismo impactam diretamente os sistemas de telecomunicações, prejudicando a população e serviços públicos”. A Vivo orienta, ao identificar uma ação suspeita, ligar para a PM (190) ou para o canal de denúncias da empresa (0800-650-1515) 24h por dia, 7 dias por semana.
Não satisfeitos, entramos em contato com a Conexis Brasil Digital (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), em Brasília, para entender se existe algum movimento por parte do setor com vista a propor soluções: “As empresas atuam na substituição dos cabos e no restabelecimento do serviço no menor tempo possível. Mas o combate a esse tipo de crime depende da implementação de políticas públicas”. A entidade defende uma ação coordenada de segurança pública envolvendo Judiciário, Legislativo e Executivo nas esferas federal, estaduais e municipais. “Somos a favor da aprovação de leis para aumentar a punição a roubo, furto e receptação de equipamentos de telecomunicações, que não podem ser considerados crimes comuns. Eles prejudicam milhões de brasileiros, deixando-os sem acesso aos serviços contratados, o que impacta suas rotinas”.
Para o Tenente Marcus Vinícius, da 127ª Cia. da PM, responsável pela Serra, as empresas de telecomunicações estão envolvidas, mas “ainda não encontraram um método de prevenção eficaz para resolver o problema”. Por sua vez, a PM tem intensificado o patrulhamento no bairro, principalmente de madrugada: “Utilizamos sirene, giroflex e abordamos pessoas suspeitas”. Outra frente de combate são as operações semanais nos ferros-velhos do Aglomerado da Serra: “Fizemos 10 desde agosto, quando fui deslocado para a companhia, algumas com prisões por receptação. Mas nem sempre localizamos produtos de furto”. O Tenente suspeita que os criminosos estejam utilizando locais privados e fechados para guardar os materiais. “Vamos identificar esses estabelecimentos clandestinos e prender os responsáveis”.
O Tenente Marcus Vinícius também está elaborando um relatório a ser enviado ao Ministério Público no qual descreve todas as detenções por furto de cabeamento desde janeiro de 2023: “Vamos fazer um levantamento de quantas vezes cada um foi preso e se essas pessoas continuam atrás das grades. O objetivo é tentar mantê-las na cadeia a fim de diminuir a incidência de furtos na Serra, o que realmente é inaceitável”. Se você identificar alguém em atitude suspeita ou cortando fios, ligue prontamente para o 190.