Sem dengue: vamos todos fazer a nossa parte?

Você já sabe, mas a combinação de calor e chuva (entre dezembro e março) com a irresponsabilidade de parte da população continua produzindo focos do mosquito Aedes aegypti. Em 2019, a Região Centro-Sul, onde está a Serra (não há dados por bairro), teve 3.895 casos de dengue confirmados (até 20 de dezembro). É o melhor resultado disparado dentre as regiões de BH – a Pampulha, a segunda da lista, teve 9.879 casos.

De acordo com Cláudia Capistrano, gerente de operações de campo da Secretaria Municipal de Saúde de BH, esse resultado se dá por vários motivos: “O mais impactante é a maior quantidade de prédios nos bairros da região, sem tantas casas com quintais. Há também muitos comércios, além do engajamento da população”.

Das 5.594 solicitações feitas pelo 156 com relação a focos de dengue em BH neste ano, 1.279 foram de moradores da Centro-Sul.

Os bons resultados da Centro-Sul, porém, não significam que podemos comemorar. Afinal, quase 4 mil pessoas adoeceram. Portanto, precisamos prestar atenção não só na água parada em pratinhos de plantas, caixa d’água aberta, pneus, garrafas, potes, calhas, entre outros locais: “Os criadouros naturais são bem mais inexpressivos mas também existem em bromélias, ocos de árvores, numa raiz que está mais volumosa e acumula água”, alerta Cláudia Capistrano.Com calor e chuva, ela explica, bastam de cinco a dez dias para a larva se tornar mosquito e transmitir a dengue.

Se você vai viajar nas férias por pelo menos uma semana, tome alguns cuidados: deixe vasos sanitários e ralos giratórios fechados, coloque tampinha nas pias, retire os pratinhos das plantas, organize o quintal e o jardim deixando em local coberto desde garrafas até brinquedos, que podem acumular água da chuva. “Vistorie a caixa d’água, pois ela pode estar tampada, mas com frestas que são uma piscina para o tamanho do mosquito. Fique atento também aos bebedouros de aves e animais. Limpe-os com bucha, pois podem haver ovos do mosquito grudados só esperando a água para eclodir”, avisa Cláudia.

A gerente afirma a importância de deixar entrar o agente da Zoonoses para a vistoria. Se quiser confirmar a identidade dele, digite centros de saúde centro sul bh no Google, clique no primeiro link e ligue para o centro de saúde que abrange sua residência. “São cincovisitasde30minutospor ano em cada imóvel. O agente só dá orientações, quem precisa cuidar do imóvel é a população”. Cláudia avisa que a prefeitura tem discutido a possibilidade de punir quem cria focos de dengue em casa, mas ainda não há nada definitivo. “Os comerciantes podem ser multados pela Vigilância Sanitária”.

Em via pública, preste atenção se há depósitos clandestinos de lixo perto de sua casa.

Segundo a SLU, na Serra são 14 locais, mas houve redução de 20% na deposição irregular de resíduos: “O cidadão que quiser denunciar pode fazê-lo via PBH APP, site www.pbh.gov.br/sac (digite lixo, clique no link correspondente e preencha os dados) ou 156”.

Enfim, a responsabilidade maior é nossa: “É necessário que todos arregacem as mangas e cuidem de seus imóveis. É importante apontar os problemas em vizinhos e no espaço público, mas também tenha o olhar atento ao seu próprio imóvel o ano inteiro. Mais de 80% dos focos estão nos domicílios”.

Vamos fazer a nossa parte?