Que animais você já presenciou aqui na Serra?
No início da história de Belo Horizonte, a Serra era considerada uma zona suburbana (fora dos limites da Av. do Contorno), criada com o objetivo de produzir alimentos que abasteciam a nova metrópole. Por esta razão, a paisagem era formada por grandes chácaras cercadas por natureza exuberante. A partir de 1950, porém, essas construções acabaram desaparecendo, dando lugar a várias casas menores e, depois, prédios. Atualmente, a Serra tem apenas resquícios de natureza no Parque das Mangabeiras e em áreas verdes perto do bairro, como os parques da Serra do Curral, Professor Amílcar Vianna Martins e Mata das Borboletas.
Mesmo assim, ainda é possível flagrar animais perambulando por nossas ruas e residências, como aconteceu com o morador Carlos Aníbal: “Um jacu apareceu na varanda do apartamento em que vivia na Rua Estevão Pinto, entre Trifana e Caraça”. Segundo ele, assim que abriu a porta pela manhã, avistou o animal, que parecia estar com muita dificuldade de sair dali. “Como eu tive zoológico, então sabia do risco de pegar o jacu por causa do tamanho de suas unhas”.
Carlos Aníbal conseguiu remanejá-lo para uma árvore próxima, e ele seguiu seu rumo. “Tudo aconteceu muito rápido, fiquei lisonjeado por ter presenciado esse momento. O jacu deve ser do Parque das Mangabeiras, lá tem muito. Adorava observar vários animais, como tucano e rolinha, que ficavam em frente de minha casa. É uma alegria vê-los em sua liberdade, morar na Serra tem disso”.
Procuramos a prefeitura em busca de explicações para o fato: “O jacu tem comportamento exploratório. A espécie, uma ‘parente’ da galinha, faz pequenos voos de curtas distâncias, como um planar. Em sua jornada atrás de alimentos ou parceiros, o animal faz pequenas pausas e pode parar em ambientes que não sejam necessariamente seu habitat natural, pois é tolerante a isso”.
A prefeitura afirma que não é possível precisar o local de origem do animal, “já que a residência do morador é próxima ao Corredor Ecológico Espinhaço-Serra do Curral, formado por diversas áreas verdes contíguas, além de pequenos parques nos arredores. Todas abrigam jacus, espécie que gosta de lugares florestados”. A administração municipal acrescenta que, onde houver árvores frutíferas, principalmente as de frutos e sementes pequenas, isso será um atrativo. “A aparição do animal é um indicativo de que o local tem uma qualidade que ele tolera, lembrando que o jacu cultiva hábitos mais flexíveis”.
Vale dizer que o animal não oferece ameaça de ataque a pessoas, como bicadas, nem há registros que indiquem riscos graves de transmissão de doenças aos humanos. “O ato de acionamento de qualquer órgão, como a prefeitura, Patrulha Ambiental da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros ou Ibama, só deve ser feito se o morador entender que existe algum perigo para ele e sua família ou ao próprio animal”. Além do jacu, aqui na Serra é comum avistarmos micos, que se deslocam pelos fios e beirais de muros, além de alguns marsupiais como os gambás de orelha branca e de orelha preta, eventualmente o ouriço-cacheiro e quatis. E você, já registrou a presença de algum animal aqui no bairro? Envie para a gente fotos e vídeos no WhatsApp 98761-7569 que vamos publicar no Instagram (@jornalplanetaserra). Siga-nos!