Dezembro Laranja: tenha cuidado com a pele
Com as férias chegando, muitas pessoas escolhem como destino a praia ou ficam na cidade, desfrutando das piscinas. Todavia, convém ter cuidado com a pele. De acordo com Júlia Galvão, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o maior fator de risco para câncer de pele é a exposição ao sol, mesmo em dias nublados: “A doença corresponde a 30% dos cânceres, com 165 mil casos no Brasil em 2018/19”.
A dermatologista explica que 90% dos casos de câncer de pele correspondem ao não melanoma, cuja chance de cura é alta em razão do desenvolvimento lento da doença. “O melanoma é o mais agressivo e tem alto índice de mortalidade, inclusive com mais chance de dar metástase e atingir outros órgãos, mas acomete apenas 3% das pessoas com câncer de pele. Se diagnosticado precocemente, a chance de cura é de 90%”.
Júlia sugere evitar tomar sol entre 10h e 15h e consultar o dermatologista sobre o protetor solar: “Diante de várias opções de produtos, somente um profissional pode indicar o que se adapta melhor à sua pele”. Segundo ela, existe protetor solar para ajudar a tratar acne, com base, em cápsulas (não substitui o tradicional) e até para os lábios, que podem desenvolver câncer de pele, inclusive o melanoma.
Outro cuidado é com o fator de proteção (FPS). A dermatologista sugere no mínimo 30 para todos os tipos de pele e que haja proteção contra raios ultravioleta UVA (causam envelhecimento da pele e câncer) e UVB (podem provocar queimaduras e câncer). “Ao passar o protetor solar, utilize a regra da colher de chá: rosto, pescoço, braços direito e esquerdo (uma colher para cada), tronco, coxas e pernas direita e esquerda (duas). O ideal é que se reaplique o protetor a cada 2h ou 3h”.
Para quem tem filhos pequenos, Júlia Galvão indica que o protetor solar pode ser utilizado a partir dos seis meses: “Antes disso, a proteção deve ser feita com camisas UVB, bonés, chapéus, óculos de sol etc. (isso funciona também para os adultos)”. Os adeptos do bronzeamento devem ficar atentos: “Os produtos que queimam mais a pele aumentam o risco de câncer, mesmo os que utilizam um pouco de protetor solar. Bronzeamento na laje é muito prejudicial à saúde”.
A dermatologista também pede atenção para manchas que coçam, ardem, descamam e sangram, além de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. “Se você tem uma pinta que mudou de cor, está crescendo muito, começando a sangrar, que se você dividir no meio, um lado é de um jeito e o outro está meio desfigurado, vale ir ao dermatologista. Pode ser coisa simples, mas pode indicar câncer de pele”.
Pessoas sem histórico familiar de câncer de pele devem fazer uma consulta anual com o dermatologista. “Se alguém de sua família já teve a doença, essa periodicidade pode ser de três em três meses, pois o câncer de pele também acomete pessoas por hereditariedade e síndromes genéticas em que o indivíduo tem predisposição a desenvolver a doença”.
Se você vai se expor ao sol nessas férias, aproveite os exames preventivos oferecidos em todo o país no âmbito do Dezembro Laranja. Será em 7 de dezembro, das 9h às 15h. Acesse o site www.dezembrolaranja.com.br para mais informações (até o fechamento da edição, BH não estava participando da campanha em 2019).
