Quando beber já não é mais divertido e alegre
A bebida alcoólica está disponível nas mais diversas situações e tomar a decisão de encher o copo se dá por vários motivos: “Você pode começar a beber numa festa para ter mais coragem de conversar com alguém ou se desinibir na hora de dançar, nas brincadeiras da faculdade e até no Carnaval”, enumera o companheiro Santos, coordenador do Grupo Tradição de Alcoólicos Anônimos (AA).
Companheiro Santos afirma que nem todo mundo que bebe é alcoólatra, mas o alcoolismo é uma doença incurável reconhecida pela Organização Mundial da Saúde: “Se eu tenho vou morrer com ela”. Ele explica que todo mundo sabe que o álcool em excesso faz mal, “mas quando estamos no meio da turma a gente não pensa nisso. Quando percebemos já estamos viciados na bebida, é difícil levantar de manhã cedo sem tomar uma dose para combater a ressaca da noite anterior. O início da relação com a bebida traz alegria e prazer, é gostoso, mas depois vêm as cobranças. O próprio corpo te cobra de beber cada vez mais”.
Grupo Tradição
Na Serra desde 1978, o Grupo Tradição já atendeu 5.900 pessoas e funciona num espaço cedido pela Paróquia de Santana na Rua Pirapetinga, 366 (tocar interfone 8), com reuniões às quartas e sábados, das 20h às 22h: “Recebemos pessoas que afirmam beber socialmente ou só nos fins de semana, mas elas devem ter a consciência de que precisam parar de beber totalmente e que isso não se consegue na hora que elas querem”.
Para fazer parte do grupo basta querer: “Não há ficha de inscrição, taxas e mensalidades. Não somos filiados a nenhuma religião, partido político ou instituição nem aceitamos doações de terceiros. Temos alguns custos como cafezinho, biscoitos e correspondência, cada membro contribui com o que quiser, não exigimos nada”. Ao chegar, a pessoa recebe 12 perguntas sobre hábitos e relação com a bebida, que ela faz a si mesma. Se tiver respondido positivamente a pelo menos quatro das questões é sinal de que precisa de ajuda.
Participação nas reuniões
Companheiro Santos explica que a pessoa participa das reuniões, que não são obrigatórias, nas quais os membros contam suas histórias de envolvimento com o alcoolismo: “É assim que conseguimos passar para o outro que é possível parar totalmente de beber, evitando o primeiro gole. Estou há 23 anos sem beber e mesmo assim continuo no grupo. Se chegar alguém aqui hoje, essa pessoa será o membro mais importante, pois está me mostrando que o alcoolismo continua lá fora e que tenho de me controlar todos os dias. As reuniões são o meu remédio, precisarei disso pelo resto da minha vida”.
Segundo companheiro Santos, a maioria dos membros, cuja faixa etária varia, chega já sofrendo as graves consequências do alcoolismo: “Já tivemos em outros grupos uma menina de 13 anos e um senhor de 80”. São 76 grupos de AA em BH, para mais informações sobre eles acesse o site www.aa.org.br/index.php/localizacao-dos-grupos.
Comitê de Abordagem
Se você conhece alguém com problemas com a bebida que resiste em aceitar ajuda, companheiro Santos tem um recado:
“Há um comitê de abordagem do AA em que membros conversam com a pessoa e tentam convencê-la a frequentar o grupo [o serviço funciona na Rua da Bahia, 504, nos telefones 3224-7744 ou 3274-5125]. Nunca é tarde para querer parar de beber, podemos te ajudar a permanecer sóbrio”.
top parabens pelo artigo, me ajudou muito
Que ótimo, ficamos felizes por ter ajudado, esse é o nosso objetivo com o Jornal Planeta Serra, de Belo Horizonte/MG. Grande abraço e continue acompanhando as matérias no nosso site!