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AMR inaugura laboratório de análise de marcha

A realidade das 511 crianças e adolescentes com deficiência física atendidos na Associação Mineira de Reabilitação (AMR) é, no mínimo, movimentada. Os pacientes e suas famílias, que residem em BH ou Região Metropolitana, vivem em situação de vulnerabilidade social e precisam se deslocar 2 ou 3 vezes por semana até a instituição, localizada perto da Serra, próximo à Praça da Bandeira. O tratamento, oferecido gratuitamente, tem o objetivo de desenvolver as habilidades motoras, cognitivas e sociais dos pacientes, dando-lhes mais independência, autonomia e qualidade de vida. Além dos atendimentos clínicos em mais de 15 especialidades, o processo de reabilitação conta ainda com o fornecimento de equipamentos terapêuticos, tais como órteses e cadeiras de rodas adaptadas, fabricadas na própria AMR. Sem contar as cirurgias ortopédicas, que tornam melhores o alinhamento e a funcionalidade dos atendidos.

A boa notícia é que a AMR inaugurou há três meses o Laboratório de Análise do Movimento (LAM), estrutura que já recebeu 20 crianças da entidade. O espaço tem 12 câmeras que capturam os movimentos do paciente de forma tridimensional por meio de marcadores posicionados em pontos específicos da pele enquanto ele caminha, corre ou salta com ou sem ajuda. As informações coletadas são processadas pela equipe de fisioterapeutas do LAM, o que torna possível a reconstrução do esqueleto do indivíduo. A partir daí, gráficos são extraídos para a análise detalhada do movimento.

Segundo o Dr. Lucas de Oliveira, ortopedista da AMR desde 2016 e coordenador do laboratório, o LAM aumenta a capacidade de diagnóstico dos problemas relacionados aos distúrbios do movimento, em sua maioria oriundos de questões neurológicas, permitindo sugerir estratégias de reabilitação de forma individualizada. “Podemos ofertar órteses mais específicas para cada paciente e identificar questões cirúrgicas antes não percebidas por meio de um exame físico e da análise observacional, diminuindo a necessidade de variadas intervenções ao longo dos anos. A reabilitação física dos atendidos é melhor e mais rápida”.

O LAM era um sonho antigo que começou há 15 anos: “O Dr. Leonardo Cury, ortopedista da AMR, conseguiu a doação das câmeras junto a um hospital dos EUA. O processo foi longo e custoso em razão do dólar, impostos de importação e questões burocráticas. E, por causa do apoio fundamental de parceiros como o DVG Grupo e a Lei de Incentivo ao Esporte, foi possível adquirir o restante dos equipamentos e fazer a reforma do espaço para abrigar toda a estrutura (foto)”.

Dr. Lucas avalia que o LAM é muito importante para BH por estar mais voltado à prática clínica. “Em agosto vamos abrir a atendimentos particulares, mais uma fonte de renda para manter a AMR”. Ortopedistas e fisioterapeutas que desejem mais informações sobre o movimento de seus pacientes a fim de auxiliá-los no tratamento podem procurar a instituição: “São indivíduos com paralisia cerebral, AVC, distrofia muscular, doença de Parkinson etc.”. A pessoa que chega para a avaliação passa por uma entrevista sobre seu histórico de saúde. “É muito indicado para atletas profissionais ou amadores que queiram melhorar a performance, tratar ou prevenir lesões. Analisamos a pisada do paciente, evitando problemas articulares nos pés, tornozelos, joelhos, quadris e até coluna”. Mais informações pelo telefone 3304-1300. E não se esqueça de fazer sua doação para a AMR!

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