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Antônio Pinheiro: exemplo de amor ao próximo

Quem costuma frequentar a região da Paróquia de Santana ou vive há muitos anos na Serra já ouviu falar de Antônio Pinheiro, natural de Caculé, no interior da Bahia.

Político por cinco mandatos (entre 1989 e 2008), ele vive em nosso bairro desde 1965, mas seu legado é muito maior do que ter criado seus seis filhos, dentre eles o  jornalista Chico Pinheiro, da TV Globo.

Antônio Pinheiro, que completará 95 anos em setembro próximo, é conhecido por seu cuidado para com aqueles que precisam. Em entrevista exclusiva ao PLANETA SERRA, ele conta sobre suas andanças pelo Brasil como topógrafo, a chegada à Serra e sua passagem marcante na política.

Os anos de topografia

Meu pai era tropeiro e transportava mercadorias de Caculé para o Vale do Jequitinhonha. Com o progresso, ele construiu uma casa em Medina/MG e virou sapateiro.

Quando me formei em topografia, passei a viajar muito pelo Brasil e ficava difícil ir à Medina, pois não havia ônibus direto para lá. Assim, em 1949 levei a família para morar em Belo Horizonte, inicialmente na Rua Itajubá, no bairro Floresta. A família cresceu, e a casa ficou pequena, mas meu salário de topógrafo não dava para alugar um local maior.

Por volta de 1960, um amigo me ofereceu um trabalho: locar 300 km de estradas na Selva Amazônica, com salário 14 vezes maior do que o que eu ganhava aqui. Chegando lá em Porto Velho, Rondônia, deparei-me com a desistência de vários topógrafos, temerosos por levar flechada dos índios ou ser atacados por animais selvagens.

Eu era a única esperança deles. E aceitei o desafio de passar dez meses na Selva Amazônica, sob calor intenso dia e noite e picadas de mosquitos – alguns membros da minha equipe chegaram a parar no hospital. Este foi o melhor serviço que fiz em meus 30 anos de locação de estradas, que incluíram empregos na Vale do Rio Doce e na Açominas.

A Serra

Vim para o bairro em janeiro de 1965, há 53 anos, para trabalhar na locação de ruas na Serra e região. Uma delas foi a Av. Bandeirantes, que era só mato na época. Aqui era um bairro tranquilo, deserto em algumas partes.

Quando me mudei para cá, era só favela (Pindura Saia) acima da Praça Milton Campos, ia até o final da Av. Afonso Pena. Lembro-me de um farmacêutico amigo meu que reclamou de terem lhe vendido um lote no meio do capinzal, até parou de pagar as prestações. Hoje, aquele pedaço da Av. Afonso Pena é um dos mais valorizados da Serra.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a Paróquia de Santana, que era apenas uma capela quando vim morar na Serra. A arquidiocese queria erguer a nova catedral de Belo Horizonte onde hoje está a Praça Milton Campos, mas a prefeitura preferiu dar dinheiro para a construção da paróquia, da qual participei. A Serra é um dos melhores bairros para se morar.

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