Cães escapam de obra e atacam cachorrinha
O dia 27 de outubro foi de susto e apreensão na Rua Itaparica, entre Senador Pompéu e Apodi. Por volta das 6h, uma mulher passeava com três cachorros quando foi surpreendida por dois rottweilers soltos na rua. Os animais faziam a segurança do terreno de uma obra na esquina das ruas Visconde de Caravelas e Rádio e fugiram, descendo por um escadão.
Nos vídeos enviados por moradores ao jornal PLANETA SERRA, pode-se ver os rottweilers correndo atrás de um dos cachorros. A mulher, com os outros cães nos braços, ficou desesperada ao ver o animal na boca de um dos rottweilers e tentou fazer alguma coisa para impedir o ataque, sem sucesso. A cachorrinha teve quatro costelas quebradas e machucou um pouco o pulmão. Não conseguimos contato com a dona do animal.
Após o ocorrido, a moradora Mônica Pessanha procurou o jornal para reclamar: “É um absurdo essas obras que contratam cães de guarda altamente agressivos sem se preocupar com a segurança dos moradores. Foram cenas de terror, fica a impressão de que só na hora em que esses cães matarem uma pessoa é que vão levar a sério”.
Procuramos Wellington Crispim, dono da empresa que aluga e vende cães para proteger o patrimônio de pessoas físicas e jurídicas: “Choveu torrencialmente na Serra na noite anterior à fuga dos animais. Havia peças de andaime entre o tapume e o terreno da obra e elas forçaram o tapume, que ficou sendo balançado pelos ventos, abrindo uma greta de 20 cm por onde os cães saíram”.
Conversamos também com Edilson Lopes da Silva, encarregado da área administrativa da construtora: “Acho que ocorreu uma tentativa de invasão. Alguém puxou a parte de baixo do portão para tentar entrar. Quando chegamos, o portão estava fechado, não caiu no chão”.
Wellington explica que a PM capturou os cães, então ele se deslocou até a 127ª Cia., perto da entrada do Parque das Mangabeiras, para retirar os animais. Ele acrescenta que foi até a obra para ver o que havia acontecido: “Orientamos o proprietário para fechar o tapume. Só depois de ele ter sido recuperado é que soltamos os cachorros novamente. Nunca aconteceu, mas pode chegar ao ponto de, por falta de segurança, nos negarmos a prestar o serviço”. A construtora colocou uma segunda corrente com cadeado na parte de baixo do portão, o que o jornal confirma. Segundo Edilson, já existiam duas barras de aço que ficam no chão e são retiradas para a abertura do portão. “Lamento que a dona do animal atacado não tenha nos procurado para tomarmos providências”.
Perguntado sobre a responsabilidade de sua empresa, Wellington explicou: “Quando contratam nossos serviços, vistoriamos o local para ver se está apto a receber os animais. Se alguém invadir o território guardado pelos cães e eles morderem ou não, a responsabilidade é minha. Outra coisa é o cachorro estar no local e fugir, aí é de quem contratou, pois a empresa precisa ter o portão, tapume, grade ou muro em condições de manter o cachorro lá dentro”.
Wellington afirma que o treinamento dos cães da empresa dura de seis meses a um ano e que os animais são socializados para que, uma vez na rua, estejam acostumados a essa situação: “Se alguém fizer algum mal ao cão ou tentar tirar comida de sua boca, ele vai atacar. Claro que podem haver variáveis imprevisíveis, estamos falando de um ser vivo”.