Como está a sujeira da rua em que você mora?
É comum caminhar pela Serra todos os dias no final da tarde, a partir das 17h, e observar sacos de lixo em lixeiras e passeios (foto). Parte deles abriga materiais recicláveis, pois nem todo prédio tem espaço suficiente para guardá-los por uma semana até a coleta seletiva, feita toda terça pela manhã. Essas são as causas de um problema que tem incomodado os moradores da Serra: a sujeira nas vias, varridas pela SLU em sua maioria a cada 15 dias, exceto nas ruas do Ouro e Estevão Pinto, onde o serviço acontece duas vezes por semana. Moradores de rua acabam rasgando os sacos em busca de recicláveis, deixando o lixo espalhado. A SLU pede aos moradores que coloquem os resíduos a partir das 19h, pois a coleta diária na Serra ocorre após as 20h desde 2010. “A velocidade do caminhão é baixa, o que atrapalhava o trânsito durante o dia, ocasionando xingamentos aos garis por parte dos motoristas”, explica a autarquia em nota, justificando a mudança da coleta para o período noturno.
Fizemos uma pesquisa com alguns moradores de prédios para entendermos como funciona a questão dos resíduos comuns e recicláveis. Segundo eles, há espaço para guardar os materiais por uma semana até a coleta na terça-feira. Duas moradoras afirmaram que catadores passam para pegar latinhas e papelão, o que alivia o volume. Uma pediu que a coleta seletiva fosse feita mais de uma vez na semana, pois nem sempre os resíduos cabem nos dois grandes recipientes separados para esse fim. O que chama atenção é o horário em que o lixo comum é colocado para fora: nenhum prédio cumpre o recomendado pela prefeitura, pois os funcionários, responsáveis pela tarefa, vão embora durante a tarde, entre 14h e 17h. Questionamos a SLU sobre as dificuldades, e a autarquia sugere que os próprios moradores desçam e ponham o lixo no horário correto. Infelizmente, sabemos que é difícil haver uma mudança nesse sentido. Os comerciantes, por sua vez, nem sempre têm espaço para guardar por uma semana os recicláveis, que vão para o lixo comum todos os dias.
Para amenizar o problema na coleta diária, a SLU aconselha separar todos os recicláveis em sacos transparentes, um pouco mais caros do que os foscos. Jaqueline Pianchão, moradora de um prédio na Rua Joanésia, concorda: “Já pedi isso aos vizinhos, pois quem rasga os sacos vai passar a entender que não é necessário mais deixar tudo bagunçado. Porém, as pessoas acabam preferindo delegar tudo ao poder público. Se cada um fizer um pouquinho, a coletividade sai ganhando”, avalia.
Importante ressaltar que o lixo espalhado nas ruas pode parar nas bocas de lobo, entupindo-as. A prefeitura vai investir em 2023 cerca de R$ 4,2 milhões na limpeza de bueiros em BH, dinheiro que poderia ser utilizado em outras áreas. “Até junho deste ano já foram limpas quase 61 mil bocas de lobo, com remoção de 1 mil toneladas de resíduos”. Em 2019 foram perto de 278 mil limpezas e quase 3,5 mil toneladas retiradas, enquanto em 2022 aproximadamente 119 mil bocas de lobo receberam o serviço, com quase 2,1 mil toneladas recolhidas. Para evitar problemas no período chuvoso, que começa em outubro, sugerimos aos moradores entrar em contato com o catador Ronaldo de Paula, que busca os recicláveis em qualquer dia. “Recolho eletrodomésticos, papel, vidro, alumínio, plástico, menos isopor. Vou até 2 vezes por semana”. O telefone dele é 98607-4984, podem ligar sem medo. Para pedir varrição de ruas, acesse o link bit.ly/slubh. Vamos deixar a Serra mais limpa?