Doar órgãos é um grande ato de solidariedade
Nunca estamos preparados para perder um ente querido. É um momento de muita tristeza e indefinições. Todavia, essa situação atordoante pode dar lugar a um gesto puro de amor ao próximo: a doação de órgãos. “O diagnóstico de morte cerebral segue protocolos internacionais em que são feitas avaliações para atestar a ausência de atividade cerebral”, explica o urologista Arilson Carvalho, há 20 anos no Hospital Evangélico.
Segundo o médico, confirmando-se o diagnóstico, a família é abordada e só ela pode decidir doar ou não os órgãos de seu familiar: “Não há um tempo mínimo para tomar essa decisão, mas quanto mais grave for o estado do paciente e mais demorar a resposta, menor a chance de termos sucesso. A orientação é decidir o mais rápido possível, por isso é muito importante o cidadão manifestar em vida o desejo de ser doador”.
Há também a opção de doar um rim ou parte do fígado em vida. “Parentes até quarto grau do receptor podem ser doadores, assim como não aparentados. Nessa última situação, a lei brasileira exige autorização judicial, mas estes casos são minoria no Hospital Evangélico, pois é difícil a compatibilidade entre pessoas sem grau de parentesco”.
Dr. Arilson alerta para doenças como hipertensão, obesidade e diabetes que, se não tratadas, contraindicam a doação.
Segundo ele, as cirurgias, de grande porte, são realizadas no bloco cirúrgico do Hospital Evangélico, com enfermarias exclusivas para pós-transplantados e leitos na UTI.
“Uma vez realizado o transplante, o Hospital Evangélico conta com uma equipe multidisciplinar, pois o paciente precisa de cuidados para evitar a rejeição do órgão. No pós-transplante, o receptor tem consultas com as equipes de enfermagem, médica, psicológica, de nutrição e fisioterápica para acompanhar sua recuperação. O hospital tem uma unidade exclusiva integralmente dedicada ao pré e ao pós-transplante”.
Estatísticas
Até setembro de 2019, o Brasil tinha 23.630 pessoas esperando por um rim, 2.728 em Minas Gerais, o maior número dentre os que precisam de um órgão. Para se ter uma ideia da necessidade de mais doações, o Hospital Evangélico foi o segundo centro transplantador de BH com mais cirurgias (jan/set de 2019), mas com apenas 57 procedimentos, 47 com doadores falecidos. “Temos capacidade física instalada para realizar no mínimo o dobro de procedimentos, depende da oferta”.
Enquanto aguardam por um rim, os pacientes fazem hemodiálise ou diálise peritonial. O Hospital Evangélico conta com quatro unidades para atender pacientes com insuficiência renal crônica, incluindo a da Av. do Contorno, 4.788, bem perto da Serra: “São 3 mil em hemodiálise e outros tantos em peritonial, mas nem todos estão aptos a fazer o transplante”.
Recomendações
Para garantir a saúde dos rins, você precisa seguir as recomendações médicas e tratar doenças como hipertensão e diabetes, as duas principais causas de insuficiência renal: “A avaliação é feita pelos médicos que acompanham o paciente ao longo da vida, como clínico geral, cardiologista, endocrinologista, urologista etc. O paciente de convênios ou particular pode se consultar no Hospital Evangélico, enquanto o do SUS precisa ser encaminhado pelo posto de saúde”.
Vamos começar 2020 agindo em prol do próximo? É o grande desejo e pedido do jornal PLANETA SERRA e da equipe do HOSPITAL EVANGÉLICO!