fbpx

Exemplo de coleta seletiva no Aglomerado

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cada habitante do Sudeste gera 1,23 quilo de resíduos por dia e 1.496 dos 1.668 municípios da região têm coleta seletiva (2019). É uma boa notícia, mas precisamos olhar para o nosso bairro: o que você acha da coleta seletiva na Serra?

A nossa opinião é simples: o serviço, realizado toda terça-feira, a partir das 8h, está bastante aquém das necessidades do bairro. Pior ainda no Aglomerado da Serra, onde não há coleta seletiva, como frisa a moradora Nádia Neres: “Estamos sentindo falta do serviço aqui. Sugiro colocar um ponto de coleta fixo para as pessoas irem deixando o lixo reciclável. Quem sabe isso não ajuda a conscientizar a população?”.

Procuramos a SLU: “Há um desejo da prefeitura de ampliar o serviço para aqueles locais ainda não contemplados. Estudos estão sendo realizados nesse sentido, mas é necessário aguardar mais um pouco, pois não há uma data estabelecida para o projeto sair do papel”. A autarquia sugere aos moradores que procurem um ponto verde, onde existem equipamentos coletores. Porém, o único local na Serra é o da Rua Trifana, próximo ao nº 643, que recebe apenas vidro. Impraticável.

Enquanto esperamos a prefeitura, trazemos sugestões de como os moradores da Serra podem depositar material reciclável. Conversamos com a Flor, diretora da Escola Municipal Prof. Edson Pisani, no Aglomerado da Serra, que mantém, mesmo durante a pandemia, um projeto de coleta seletiva no local. “Os recicláveis ocupam espaço, então a escola é um ponto importante de coleta, pois as casas do Aglomerado são pequenas e não têm quintal. Temos três bags na rampa de entrada da escola que recebem papel, plástico e metal. Na época de aula, a cooperativa de reciclagem recolhia os materiais uma vez por semana ou a cada dez dias”.

As bags ficam logo na entrada da Escola Municipal Edson Pisani

Para chegar a isso, entretanto, o caminho foi longo. Flor conta que em 2015 foi convidada, assim como as outras direções das escolas municipais de BH, para uma reunião na Secretaria Municipal de Educação. Em pauta, servir de ponto de coleta de recicláveis. A participação não era o-brigatória, mas Flor decidiu apostar na empreitada. Começou a recolher os materiais com uma associação na Pampulha, mas ficou inviável para a entidade buscar em razão da distância. “Conseguimos uma parceria com a Coopesol Leste, que pega os materiais com um caminhão-baú próprio”.

Outro ponto importante foi conscientizar as pessoas: “Fizemos atividades sobre reciclagem com os alunos, mas no começo só alguns entraram de cabeça. Aos poucos foi melhorando e eles passavam inclusive nos comércios vizinhos para incentivar e recolher os recicláveis. Famílias que moram na região e funcionários da escola também começaram a participar”. Para Flor, é preciso criar outros pontos de coleta nos locais de destino das pessoas como escolas, postos de saúde, Cras etc. “Não é algo de grande investimento, mas isso precisa vir com trabalho educativo, pois as pessoas criaram o mau hábito de descartar o lixo em qualquer lugar e horário”. As escolas municipais que quiserem ser ponto de coleta seletiva devem acessar o site do Ecoescola BH (bit.ly/3hpmdqA) quando as aulas presenciais retornarem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *