Obrigar o idoso a emprestar dinheiro é crime!
A pandemia do coronavírus desestruturou financeiramente muitas famílias. Em situações assim, é bastante comum os filhos e até netos recorrerem aos idosos para pedir dinheiro emprestado por causa dos juros menores. A psicóloga Janicy Abreu defende que isso pode ter um viés positivo para o idoso: “Quando ele conhece o filho, sabe que é comprometido com as finanças e que a dívida é fruto de uma eventualidade tem prazer em ajudar, sentindo-se importante”.
Por outro lado, a profissional explica que se a pessoa que pede dinheiro emprestado ao idoso fica constantemente endividada, isso pode ser muito prejudicial: “O idoso sabe que sempre vai ter que comprometer parte da renda”. Nesse caso, Janicy sugere que o idoso tome coragem e alerte a pessoa para não gastar mais do que ganha antes que a dívida se torne insustentável. Para fazer isso, porém, a psicóloga avisa que é importante o idoso estar amparado por alguém da família: “Caso contrário, ele até percebe a dificuldade financeira do filho, mas não chama para si a responsabilidade de ajudar”.
O melhor cenário é aquele em que os familiares têm uma relação de afeto com o idoso: “Isso significa conversar e escutar ativamente, sem interferência de tv ou celular. É muito importante deixar o idoso falar sobre a vida, inclui-lo em jogos, brincadeiras e passeios”, afirma Janicy. Para ela, isso valoriza e eleva a autoestima dele, diminuindo ansiedades, desconfianças, gatilhos para depressão etc. “A aproximação entre idoso e filhos ajuda na hora de um problema financeiro, pois o vínculo entre eles está fortalecido e a relação é de confiança”.
Nas situações descritas, a própria família tem condição de resolver. O problema fica mais grave quando ocorre o que diz Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia: “Ouvi num congresso que o idoso encontra no empréstimo de dinheiro uma forma de resgate do afeto familiar. Conhecemos casos de constrangimento físico e moral ao idoso por familiares, sob ameaça de abandono e exclusão social, para o forçar a pegar dinheiro”.
Se você presenciar qualquer situação desse tipo, denuncie pessoalmente na Delegacia Especializada de Atendimento à Pessoa com Deficiência e ao Idoso, na Av. Barbacena, 288, Barro Preto (telefone 3330-5754), pelo Disque 100 ou em uma unidade da Polícia Civil. “A partir da denúncia, apura-se a veracidade do que foi narrado. Se for procedente a notícia- crime, o inquérito policial é instaurado”, explica a Polícia Civil em nota.
Se a vítima for do sexo feminino e requerer, o órgão faz o encaminhamento do pedido de medidas protetivas. “No caso de vítima do sexo masculino, o idoso é orientado a comparecer à Defensoria Pública para solicitar o afastamento do familiar infrator”.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MG (Sejusp) recebeu, de 2015 até setembro de 2020, 1.849 denúncias de apropriação ou desvio de bem, provento, pensão ou renda de idoso, crime com pena prevista de 1 a 4 anos de detenção. Já os crimes de coagir o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração tiveram 131 denúncias no mesmo período, com pena prevista de 3 meses a 1 ano de detenção. Portanto, não é algo tão incomum assim. Fique atento e denuncie!
Sou a Amanda Da Silva, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.