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Os cuidados que devemos ter com as abelhas

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Em 9 de março, parte da Rua Henrique Passini acabou interditada pelo Corpo de Bombeiros para a retirada de uma colmeia que estava num buraco de uma árvore de grande porte a aproximadamente 6 metros do chão. Felizmente, a senhora atacada pelos insetos já está em casa, informou o seu neto, Alexandre Lacerda, em rápida conversa com o PLANETA SERRA. Após socorrer cinco pessoas que estavam sendo atacadas, a corporação isolou o perímetro.

“Pulverizamos com água todo o quarteirão a fim de minimizar a dispersão das abelhas”. À noite, os bombeiros fizeram a tentativa de captura: “O local é de difícil acesso e os insetos ainda estavam aptos a atacar. Na impossibilidade de retirá-los e devido à região ter grande aglomeração de pessoas, foi feito o extermínio das abelhas”, informa em nota enviada ao jornal.

Conversamos com a tenente da reserva do Corpo de Bombeiros Ana Paula Cunha, apicultora desde 2000. “O papel mais importante das abelhas é a polinização. Há culturas que ampliam em mais de 70% o total de grãos em razão disso”. Ela informa que no Brasil havia a abelha europeia, muito mansa. “Porém, desde 1956, com a introdução da espécie africana, mais defensiva, o trabalho sem roupas de proteção é impossível”.

Ana Paula conta que promoveu diversos treinamentos, inicialmente no 3º Batalhão dos Bombeiros, na Av. Antônio Carlos, com o objetivo de mostrar como fazer a correta captura das abelhas. “Em toda ocorrência eu fazia assim e incentivava a tropa a fazer o mesmo. Acredito que a corporação continua a agir dessa forma. Só se deve exterminar as abelhas em casos extremos, pois elas estão desaparecendo desde 2007”.

Segundo Ana Paula, o Corpo de Bombeiros só pode atender a chamados pelo 193 quando houver risco iminente, “se as abelhas forem vistas num galho de árvore em via pública ou o enxame entrou no armário. Se elas estão há algum tempo entre a laje e o telhado, deve-se chamar uma empresa especializada”. Se algum estabelecimento disser que vai retirar o enxame durante o dia, pode correr que é fria: “A vistoria deve ser feita de dia a fim de localizar o movimento das abelhas e o enxame, que geralmente fica nas quinas dos telhados ou na laje. De dia, ¼ do enxame trabalha na captura de néctar e pólen. Se eu o tiro, essas abelhas que estão voltando vão atacar, às vezes num raio de mais de 1km”. Ana Paula informa que a retirada deve ser feita assim que escurece e sem chuva, pois todas as abelhas estão na colmeia. “Depois, limpa-se o local. Se ficar cera, mel ou própolis, um novo enxame pode se alojar”. E vale frisar: “A população não deve tentar remover o enxame, seja de abelhas ou marimbondos, não é seguro e envolve riscos”.

Outro cuidado é na hora de capinar um lote: “Sempre observe se há abelhas por perto, pois você pode bater na colmeia. A abelha não suporta vibração, como o barulho de motores, cor escura e cheiro forte e pode estar a quase 2km de distância do enxame”. Ele pode ser fixo, com colmeia, ou itinerante, sem uma. “O enxame apenas migra quando está abastecido de alimento e resolve procurar outro local. Você o vê se aproximar, há o barulho característico que gera pânico, mas é o de menor risco, pois as abelhas estão de barriga cheia e têm dificuldade de levantar o abdômen para ferroar”.

Num ataque, pule na piscina ou entre no carro, “não corra ou faça movimentos bruscos, pois o enxame vai atrás”. Se chegou em casa e tem um enxame itinerante no teto, apague as luzes internas e acenda as de fora. “Ele se orienta pela luz, então vá conduzindo-o para fora. Se o enxame ficar por uns dois dias no local, é sinal de que fará colmeia, mas isso é raro”.

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