Os três pilares da Creche Dona Cecília

Dona Cecília e Estevão Pinto sonhavam em criar uma instituição para abrigar as crianças enquanto as mães trabalhavam, o que só começou a ganhar forma com a divisão dos lotes pelos herdeiros. Sobrou a ponta de um terreno, que um dos filhos do professor, Willer de Magalhães Pinto, aproveitou da melhor maneira possível.  Líder da antiga UDN, ele reuniu alguns deputados e os convenceu a repassar a verba social a que tinham direito para a construção do CEPEP. 

Os descendentes de Estevão Pinto doaram o terreno onde, em 3 de agosto de 1961, foi inaugurado o Centro Infantil Professor Estevão Pinto (CIPEP). Desde então, várias pessoas administraram a entidade, como a atual gerente geral, Cibele Tanajura, e dois bisnetos de Estevão Pinto, o 1º tesoureiro, Orlando Pinto Rodrigues Junior, e a 2ª secretária, Mônica Bicalho Pinto Rodrigues. Mas não se pode revisitar a história do CEPEP sem mencionar três delas: Dona Dulce, Dr. Délio e Letícia Wanderley. 

Dulce Pinto Rodrigues

Filha de Estevão Pinto e Dona Cecília, Dulce Pinto Rodrigues nasceu em 1902 e se notabilizou por ajudar as pessoas. Ela assumiu a creche desde o início, ficando até 1984, ano de sua morte.

Quando o CEPEP ficou pronto, em 1961, Dona Dulce sentiu que não dava conta de administrar a entidade sozinha e fez um convênio com uma congregação de religiosas, que ajudaram bastante no crescimento do projeto. Ela ainda fez parcerias com outras entidades e ergueu os três blocos.

Dr. Délio Tavares

Dr. Délio Tavares nasceu em 1915 e seguiu para a advocacia, se aposentando em 1972. Longe do direito, fundou duas escolas para atender os pobres da Serra, além de ter levantado fundos para levar água potável, por meio de filtros de barro, às casas dos alunos e aberto ruas na comunidade.

Dr. Délio assumiu o CEPEP em 1985, após a morte de Dona Dulce, ficando até 1994 e de 1996 a 1998, um ano antes de sua morte.

Letícia Wanderley

Letícia Wanderley assumiu a direção do CEPEP em 1998, mas já estava na entidade desde 1985, como voluntária. Seu grande projeto foi aumentar o número e a idade dos beneficiados, alcançando 700 crianças e jovens de até 17 anos.

Letícia deixou o cargo em 2005, mas fez parte do Conselho Fiscal até 2014. “Como diretora, você faz uma parceria com a família. Nosso objetivo é transformar as crianças em cidadãos”.