Período chuvoso: época certa de plantar árvores
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Podar ou suprimir árvores, como as mostradas na página ao lado, às vezes é necessário, principalmente quando há risco de queda. Até julho deste ano, a prefeitura (PBH) realizou 13.856 podas e 3.112 supressões na cidade, sendo 2.292 e 682, respectivamente, na Região Centro-Sul. No ano anterior foram 24.950 podas e 5.452 supressões em BH, sendo que o maior número de podas desde 2017 ocorreu em 2018 (47.870) e o de supressões em 2019 (10.500).
Entre outubro e março, no entanto, o foco da prefeitura precisa ser os plantios em razão das chuvas. Por causa disso, conversamos com o engenheiro aposentado Augusto Borges, morador do Santo Antônio: “Faço parte do Mais Árvores”, coletivo cujo nome não deixa dúvidas do objetivo. Ele é o responsável por registrar pedidos de plantios de árvores, tendo acumulado 4.763 desde 2019. “Nosso grupo entende que devemos investir em evitar novas supressões, mas a prefeitura não avisa com antecedência onde vai cortar uma árvore para podermos argumentar. Por isso, o meu foco é nos plantios, o que traz um benefício muito tardio, já que são necessários 30 anos para uma árvore crescer”.
Ao longo do tempo, Augusto foi se familiarizando com as regras da prefeitura para plantar árvores: “A largura mínima do passeio é de 1,5 metro, o local precisa estar a 7 metros da esquina, a 5 metros de postes, a 1,5 metro em relação a garagens, bueiros etc. e no máximo a 12 metros de outra árvore, com a distância variando a depender do porte. E não pode plantar debaixo de marquises”.
Na visão do engenheiro há um entendimento na prefeitura para diminuir o número de árvores na cidade, provavelmente para não arcar com custos de manutenção e tratamento. “São muitas dificuldades impostas, até lixeira é motivo para indeferimento de plantios. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente não vê dessa forma, mas também não age contra o movimento”. Ele afirma ter sugerido à PBH que estabelecesse uma meta anual de plantios e que o déficit arbóreo na cidade é de atualmente 5 mil espécimes. A prefeitura nega: “Desde 2021 foram realizadas 8.564 supressões e o plantio de 26.004 árvores. Nossa meta é plantar 16 mil por ano e, em 2021, conseguimos 301 a mais”.
Outra reclamação de Augusto é que quando o funcionário da PBH vai averiguar o local para o plantio de uma árvore e o morador está na porta de casa, ele pergunta se a pessoa concorda. “A depender da resposta, ele aprova ou não. O morador tem o direito de recusar o plantio, todavia consultá-lo não está na regra”. A PBH confirma que é um ato informal, mas defende que inserir o morador na decisão acerca do plantio de árvores torna menor a possibilidade de depredações por parte dele.
Se você deseja mais árvores na Serra, acesse o link bit.ly/3C9a03n ou entre em contato com o Augusto no 99959-5423 (apenas mensagem de texto no WhatsApp): “Escreva o endereço e se é plantio ou destoca. Você pode registrar pedidos de plantios em qualquer lugar, não precisa morar em frente ao local”. E ele dá uma dica: “O ideal é que um grupo de pessoas se reúna para mapear as árvores da Serra e definir os melhores locais para pedir plantios. Isso dará mais força perante a prefeitura. Estou à disposição para ajudar nisso também, entre em contato com o jornal e se inscreva”. Até o fechamento da edição, a prefeitura não havia informado em que ruas da Serra irá plantar árvores, mas continuaremos cobrando respostas. Vamos tornar novamente a Serra um bairro plenamente arborizado?
