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Por que trocar figurinhas te ajuda a crescer

A Copa do Mundo não acontece apenas dentro das quatro linhas. Alguns meses antes, todos se reúnem na esperança de conseguir as últimas figurinhas para completar seus álbuns. Segundo a psicóloga Maria Cristina Resende, esse simples ato serve de aprendizado para a vida: “Para trocar figurinhas, a criança tem que negociar com amigos e desconhecidos, pois ela precisa de algo que o outro possui. Isso é muito importante no processo de socialização, já que a criança ainda não está muito preparada para essa situação, às vezes quer conseguir as coisas na força, com pirraça”, destaca. Se a criança ficar nervosa ou até chorar durante a troca de figurinhas, os pais não devem interferir no sentido de participar da troca, “apenas para apoiar a criança a fim de que ela consiga superar aquilo da maneira dela”.

Trocar figurinhas significa fazer parte de um grupo. De acordo com a psicóloga, é em situações desse tipo que ela aprende a “conviver com outras pessoas”. Os pais também devem ficar atentos à organização das figurinhas repetidas e o zelo da criança com o álbum: “Se perceberem que ela tem dificuldade, os pais têm a oportunidade de ajudá-la”, afirma Maria Cristina. A psicóloga destaca a importância de completar o álbum: “Não colar todas as figurinhas é frustrante, pois é uma atividade que você não levou até o final”.

E se o filho viu os amigos da escola fazendo o álbum e pediu para comprar, mas os pais não deixaram? Segundo Maria Cristina, “a pressão social de fazer o que todo mundo está fazendo existe, mas os pais devem orientar a criança para que ela participe da atividade se gostar, deixando-a segura disso. É um passo para a independência emocional”.

A psicóloga aconselha os pais a avaliar se fazer o álbum é mesmo importante para o filho. Caso seja, vale o sacrifício financeiro: “É uma boa oportunidade para os pais conhecerem melhor seus filhos. Afinal, a brincadeira é um esboço da vida”.

Se os pais estiverem com dificuldades financeiras, pode-se comprar pela internet o álbum completo, com todas as figurinhas. Mas Maria Cristina alerta: “Não dê todas as figurinhas de uma vez, pois isso anula a experiência, é como comprar um diploma”. Uma boa dica é ir dando as figurinhas aos poucos, como prêmios de brincadeiras com os filhos ou depois de programas culturais.

Diversão para todos

Se você é adolescente ou adulto, também pode participar. Segundo Maria Cristina, “a adolescência é a preparação para o mundo adulto, e a troca de figurinhas é motivo de aprendizado nesse sentido”. Ela aconselha aos pais não ajudar o adolescente a fazer o álbum, pois ele vai deparar com situações da vida: “As pessoas podem trapacear e até roubar. Mesmo que os pais percebam algo do tipo, é bom que deixem acontecer no intuito de o adolescente aprender a rejeitar o errado e não conviver com essas pessoas”. A psicóloga destaca que se o próprio filho se comportar dessa forma, o grupo em que ele está inserido vai se afastar dele. “Aí cabe aos pais orientá-lo”. Para o adulto, fazer álbum de figurinhas significa privilegiar a inteligência emocional. Maria Cristina diz: “Nem sempre um bom filme ou uma balada satisfazem o adulto, às vezes fazer álbum de figurinhas vai deixá-lo mais feliz. Não há restrição de você brincar e ter esse lado lúdico mesmo sendo adulto”. Ainda dá tempo para você colecionar, viu?

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