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Precisamos ter cuidado na retomada da rotina em BH

Fotos: Pixabay

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 363 mil casos confirmados de coronavírus, com mais de 22 mil mortes (dados de 25 de maio). Em Minas Gerais, o segundo maior estado do país em população, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) registra quase 7 mil casos casos e 230 óbitos por Covid-19 (dados de 25 de maio). Em número de testes realizados, Minas Gerais fica apenas na 10ª posição no Brasil, o que pode justificar o baixo número de casos confirmados.

Na última semana, a SES fez algumas mudanças no que tange à compilação dos dados da pandemia em seus boletins. Saíram os casos suspeitos de Covid-19, que até 21 de maio eram quase 153 mil, tendo sido substituídos pelo número de pacientes recuperados. O dado adicionado é de suma importância, claro, mas o retirado também era.

Em nota enviada ao jornal PLANETA SERRA, a SES informa que os casos suspeitos anteriormente informados nos boletins agora são classificados como Síndrome Gripal Inespecífica. De acordo com o órgão, eles não cumprem todos os critérios para se fazer a coleta de amostras laboratoriais, ou seja, os testes de Covid-19.

E que critérios são esses?

Resumidamente, só são testados os que tiverem febre acompanhada de tosse OU dor de garganta OU coriza OU alguma dificuldade respiratória; todos os casos mais graves, que exigem internação; todos os óbitos suspeitos; surtos de sintomas gripais em locais fechados como asilos, hospitais etc. (é feita amostragem de no mínimo 10% ou três coletas); profissionais de saúde e segurança pública, além de pessoas no sistema prisional, com sintomas.

Vale dizer que, ainda de acordo com a SES, as pessoas com casos suspeitos recebem orientação de isolamento domiciliar e continuam sendo acompanhadas, mas de forma descentralizada pelas secretarias municipais. A de Belo Horizonte informa que a pessoa não pode se deslocar nas áreas comuns do domicílio e precisa utilizar máscara cirúrgica por sete dias a partir do início dos sintomas ou até o resultado negativo do exame específico para coronavírus. Mas fica a cargo de cada um a responsabilidade para cumprir essas regras, o que é muito pouco para nos dar tranquilidade de que o coronavírus está sendo controlado.

A SES avisa que se alguma pessoa teve contato próximo ou domiciliar com alguém testado positivo para Covid-19 e apresentar febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios nos últimos 14 dias após esse contato, mesmo que não tenha sido possível ser confirmado por critério laboratorial, consta como caso confirmado.

Mas por que não testar quem tem sintomas leves?

A Secretaria de Estado de Saúde justifica que isso não é possível porque a alta demanda para aquisição dos insumos para fabricar os testes está dificultando a ampliação da testagem. Em entrevista coletiva em 18 de maio, o secretário de Estado de Saúde de MG, Carlos Eduardo Amaral, disse: “Não me parece razoável, num momento de baixo número de casos e óbitos no estado, sairmos testando todo mundo e comprometer os testes no futuro”.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) informa que é preciso uma quantidade mínima de anticorpos para que o teste consiga detectar o coronavírus. Por isso, quem tem sintomas leves precisa esperar pelo menos oito dias após o início dos sintomas, a chamada janela imunológica, para fazê-lo. “A utilização de testes rápidos antes desse período pode levar a resultados negativos mesmo nas pessoas que possuem o vírus e produziram anticorpos, sendo, portanto, um resultado ‘falso negativo’”.

Mesmo não realizando testes em 100% dos casos notificados, a SES afirma possuir mecanismos de controle capazes de avaliar o real cenário do coronavírus. Já em relação aos óbitos, a SES esclarece que não existe subnotificação, “uma vez que todo óbito que acontece no estado é notificado e registrado em cartório. Além disso, todo óbito com suspeita de diagnóstico por Covid-19 é devidamente tratado e acompanhado pela Secretaria”.

A prefeitura de BH anunciou em 19 de maio que vai testar profissionais de saúde das redes pública e privada, trabalhadores do transporte coletivo, atendentes e caixas de supermercados, padarias, farmácias e drogarias da capital. Com ou sem sintomas, “para verificarmos como está a circulação do vírus e a imunidade de parte da população. Nossa expectativa é testar 30 mil habitantes por milhão, o dobro do que foi realizado na Coreia do Sul”, explica o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto.

Um parâmetro bastante interessante, mas decisão tomada tarde demais, justamente agora que o comércio começa a ser reaberto.

Enfim, devemos acreditar que o poder público tem a situação do coronavírus sob controle e que está acompanhando a evolução da doença. No entanto, a prudência nos permite ter um pouco de cautela nesse início de volta à rotina normal, confirmado em Belo Horizonte hoje, 25 de maio. Talvez seja viável esperar no mínimo mais uma quinzena para retomarmos nossas atividades normais, mesmo que com a utilização de máscaras e álcool em gel, o que deverá ser entendido como novo normal daqui para frente.

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