Preste atenção nas crianças e adolescentes
Quem convive com crianças e/ou adolescentes certamente já percebeu que a atual geração é muito mais ativa e comunicativa que as anteriores. Eles pulam, brincam, utilizam celular e tablet, conversam etc. Há dias, porém, que seu filho ou neto não está se sentindo bem. É normal, acontece com todos nós. Quem nunca teve febre, dor de cabeça ou no corpo, não é mesmo?
Nessas horas é melhor levá-lo ao médico para um diagnóstico preciso. Segundo a oncologista pediátrica Vanessa Carvalho, os sintomas de câncer infantojuvenil são muito parecidos com os de outras doenças comuns na faixa etária: “Além de dor de cabeça e febre, a criança ou adolescente pode ter uma massa abdominal, manchinha no olho (olho do gato), dor no corpo ou na perna, diarreia persistente, hematomas em locais pouco comuns (costas, barriga ou dorso). O paciente pode ter perda de peso, sentir fraqueza, uma dor que não sabe onde está exatamente”.
Ela explica que, se a criança ou adolescente teve algum problema e melhorou, ótimo. Mas se o quadro se reapresenta de tempos em tempos, ela está tendo febre e não está ativa e brincalhona como há dez dias ou um mês atrás, isso serve de alerta. “Doença oncológica não é comum, então ela nunca será a hipótese principal quando a criança ou adolescente tem algum problema de saúde. O câncer é raro, mas existe e é a doença que mais mata. Quanto mais precoce for o tratamento, maior a chance de cura”.
Vanessa Carvalho cita a dor óssea, muito mais comum no câncer infantojuvenil do que se imagina: “Muitos pacientes falam que tinham dor, mas as pessoas afirmavam que era preguiça de correr ou jogar bola. Não era dor de queda, um dia tinha, outro não. Toma uma dipirona e passa, mas depois volta. Com o tempo essa dor vai se somando a outros sintomas, agravando o quadro de saúde”. Ela alerta que pais e avós precisam levar a sério as queixas dos filhos e netos.
Câncer infantojuvenil
Estima-se que, de 100 pessoas diagnosticadas com câncer, quatro são infantojuvenis. Vanessa afirma que há exames laboratoriais de prevenção do câncer em adultos, como a mamografia, mas não nas crianças e adolescentes: “Isso ocorre porque o câncer infantojuvenil se desenvolve muito rápido, então a sua identificação acontece mediante o quadro de saúde do paciente”. Por isso, a oncologista pediátrica defende consultas regulares a um pediatra fixo: “Se a criança ou adolescente vai ao médico apenas quando está doente, quem a examina pontualmente não conhece seu temperamento nem histórico médico e dificilmente vai perceber uma alteração precoce. Quando esse paciente tem uma alteração, já está no pronto-socorro e tem necessidade de transferência para um hospital”. Vanessa sugere que crianças entre 0 e 1 ano consultem o pediatra todo mês: “A Sociedade Brasileira de Pediatria já tem toda a puericultura – área da saúde que se dedica ao desenvolvimento físico e psíquico das crianças, desde a gestação até a puberdade – dividida por meses”. É válido esclarecer que a oncologia pediátrica abrange a faixa etária de 0 a 19 anos: “A sociedade confunde a especialidade que trata o adolescente: clínica geral ou pediatria”.
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