fbpx

Tem o costume de observar as aves da Serra?

Vários compromissos e tarefas todos os dias. Em meio a essa correria sem fim, muitas vezes nem prestamos atenção ao que acontece em nosso redor. Essa frase pode resumir a rotina da maioria das pessoas, mas não a do professor da rede municipal Caio Álvares. Morador da Serra, ele cultiva um hábito curioso há seis anos: observar e registrar as aves do nosso bairro. “Desde criança sempre gostei de apreciar a natureza. Não sou formado em biologia, mas tenho muito interesse sobre os assuntos dessa área do conhecimento. Observo as aves pelo bairro, pois é uma situação que a minha própria rotina favorece”.

Caio tem mais de 10 mil registros só na Serra, tendo contabilizado 51 espécies. Para isso, ele utiliza uma câmera super zoom com ampliação de 63 vezes e binóculos com ampliação de 10 vezes. “Observo uma grande variedade de espécies silvestres em nosso bairro. Muitas delas eram avistadas durante minha infância, principalmente nos meios natural e rural, mas atualmente são encontradas também no ambiente urbano”. O professor costuma observar as aves durante o dia: “Já escutei corujas caburé de madrugada, mas a maioria dos meus registros é sob a luz do sol”.

Segundo Caio, algumas aves são bastante numerosas na Serra, como rolinha roxa, pomba asa branca, sanhaço cinza, corruíra, carcará e bem-te-vi. Por outro lado, ele tem apenas um registro da ariramba-de-cauda-ruiva. “Já observei ninhos e alimentação de filhotes, o que pode indicar que as aves estão se reproduzindo na cidade, apesar de todas as hostilidades do ambiente urbano. Algumas espécies utilizam postes, telhas, antenas de transmissão e até o oco de semáforos para fazer seus ninhos”. A espécie que ele mais teve trabalho de registrar foi a corruíra, que mede uns 10 cm e se movimenta demais. “Já presenciei vários comportamentos curiosos das aves”.

O observador argumenta que a atividade amplia a qualidade de vida: “É um exercício que desenvolve o foco e a atenção, além de proporcionar aprendizados contínuos. Avistar espécies desconhecidas ou perceber as sutilezas da natureza antes não notadas são experiências muito valiosas que trazem bastante gratificação. Quando estou observando as aves, eu foco totalmente no momento presente”.

Além dos parques das Mangabeiras e da Serra do Curral, as ruas mais arborizadas são excelentes lugares para observar aves. “Plantar árvores que dão frutos e flores nas calçadas ou arvoretas em vasos nas áreas abertas de prédios e casas pode ajudar na perpetuação das espécies. Sugiro também colocar comedouros e bebedouros com grãos (alpiste e painço) e frutas como a banana e o mamão. Devemos tornar a cidade cada vez mais favorável à sobrevivência e reprodução das aves silvestres”.

Caio, por outro lado, lamenta a atitude de algumas pessoas: “Vejo gente na Serra armando arapucas para capturar aves e colocá-las em gaiolas. É um procedimento degradante, além de crime ambiental. A preservação desses animais é essencial para a manutenção da qualidade de vida das pessoas”.

Para observar as aves, Caio sugere ficar atento onde quer que você esteja: “Pode ser enquanto caminha pela rua, por exemplo. Quando não reparamos bem o nosso entorno, muitas vezes perdemos a oportunidade de presenciar eventos únicos ocorrendo bem próximo de nós”. Para o professor, observar aves virou algo permanente: “É um hábito muito positivo que se incorporou em meu comportamento diário”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *