Todo cuidado é pouco para com os escorpiões
Calor intenso e chuvas geralmente ocorrem entre o fim e o início do ano. É nesse período que há maior probabilidade de encontrarmos um animal nada amigável: o escorpião! “No calor há estímulo para a reprodução, enquanto as chuvas desalojam o animal, que procura abrigo em outros locais”, explica Cláudia Capistrano, gerente de operações de campo da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).
O escorpião vai em busca de alimento, abrigo e água, recursos que podem existir em abundância nos imóveis com quintal mal organizado, com objetos expostos, além de entulho de pedra, tijolo e até com folhas: “Orientamos retirar todo esse material. Caso precise dele, mude-o constantemente de lugar, pois se o escorpião estiver ali você acabará o encontrando”, avisa Cláudia.
Mas não é só no quintal que o escorpião pode achar um novo lar. Ele também se aloja no interior das casas em tubulações, frestas, buracos no chão e nas paredes. A gerente orienta tapar tudo aquilo que pode servir de abrigo, corrigindo rachaduras, buracos no chão e nas instalações elétricas: “Utilize o ralo giratório, que pode ser fechado e serve de proteção tanto para a dengue quanto para os escorpiões, pois eles podem estar na rede hidráulica e entrar pelo ralo”.
Outro fator que pode atrair escorpiões é a presença de baratas, o alimento preferido do aracnídeo. “O controle regular desses insetos, com uma firma idônea, com responsável técnico, é uma boa opção”, aponta Cláudia. E um aviso importante: quem mora em apartamento não está livre do escorpião, pois ele pode subir pelas instalações hidráulica ou elétrica: “Tanto faz você estar no térreo ou no terceiro andar”, alerta.
Como se proteger
Ao invés de remediar, é melhor evitar acidentes. Cláudia Capistrano explica que há alguns predadores naturais dos escorpiões, como galinhas e sapos, mas “a prefeitura não pode recomendar que se tenha esses animais, depende de cada imóvel. Lagartixas e calangos também são predadores, cuja presença é importante para o equilíbrio do ambiente. Não os mate”, orienta.
A gerente de operações da SMSA acrescenta que a prefeitura não trabalha com o controle químico de escorpiões há muitos anos porque o produto utilizado à época foi retirado do mercado: “O Ministério da Saúde ainda não aconselha que o poder público faça uso desses produtos, mas existem empresas que o fazem”. Porém, é preciso cuidado: “Se você chamar uma empresa para controlar as baratas, mas sua casa tiver escorpião e for utilizado um produto indevido, isso pode irritar o animal, aumentando o risco de acidentes”. Segundo Cláudia, há produtos que não matam o escorpião, apenas o desalojam, mas há alguns sendo usados por empresas para matá-lo.
O cuidado precisa ser ainda maior se já apareceu escorpião no imóvel: “Tem que haver mais vigilância, pois você nunca sabe onde ele pode estar”, explica Cláudia. Ela orienta que, ao calçar o sapato e vestir a roupa, a pessoa deve sacudi-los, além de inspecionar bolsos e toalhas: “Até na hora de pegar um objeto ela precisa ver onde está colocando os dedos, o escorpião pode estar ali”.
Se você avistar um escorpião, acione a prefeitura nos seguintes canais: pelo telefone 156; no site www.pbh.gov.br/sac (digite escorpião no campo palavra-chave e preencha um documento); pessoalmente no BH Resolve (Av. Santos Dumont, 363, Centro). “Geralmente em uma semana, a Zoonoses vai ao local com uma equipe e faz uma abordagem levando-se em conta aquele imóvel, com orientações pertinentes a cada caso. Não basta acionar a prefeitura se o morador não acatar as recomendações, a responsabilidade é de cada um”.
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