Vamos deixar limpos os passeios da Serra?
Percorremos os bairros próximos a fim de descobrir alguma boa iniciativa que valesse à pena trazer para a Serra. Encontramos o projeto Calçada Limpa, idealizado por Marcos Tadeu de Oliveira Pereira, secretário da Igreja Presbiteriana Floresta. “A Floresta é um bairro residencial com muitos idosos, que passeiam com seus cachorros”. Ele conta que havia dias em que saía na rua e deparava com um monte de fezes: “Tínhamos de andar igual bailarina para desviar dos dejetos (risos)”.
A gota d’água para criar a campanha veio há um ano e meio: “Às vezes tinha um casamento noturno aqui na Igreja Presbiteriana e os convidados, ao entrar para a cerimônia, não percebiam que haviam pisado nas fezes dos animais e levavam-as para dentro. Como tem carpete aqui, imagina-se o cheirinho que ficava.”
A partir daí, Marcos Tadeu, conhecido por Tadeu da igreja, começou a procurar maneiras de eliminar esse problema: “Eu pesquisei no Youtube e encontrei alguns projetos similares, mas não com garrafa PET”.
No começo da campanha, ele tentou fazer parceria com supermercados, padarias e sacolões a fim de conseguir doação de sacolinhas, mas ninguém se interessou. Então, Tadeu precisou tirar dinheiro do próprio bolso e contar com a ajuda da igreja para financiar o projeto: “Na época, um supermercado estava fazendo uma promoção de energético e eu acabei comprando uns 20 de uma vez, pois a embalagem chamava a atenção de longe e era transparente”.
Tadeu planejou muito bem as etapas da campanha. Antes de lançá-la, ele deixou uma carta em cada prédio e casa da Rua Itamoji, a primeira contemplada, explicando como funcionaria o projeto e chamando as pessoas a participar: “O pessoal via as garrafas PET e me fazia perguntas, e eu sempre pedia para eles contribuírem colocando sacolinhas. Fiquei na rua para acompanhar a adesão à campanha”.
Como a resposta foi positiva, ele espalhou as garrafas PET e chegou a colocá-las até numa praça em frente ao Colégio Batista (foto). “Poderia ter até mais locais contemplados, mas eu, sozinho, não dou conta de abastecer 70 garrafas PET nem tenho fábrica de sacolinhas plásticas (risos). Cada um precisa contribuir”, alerta.
Projeto garrafas pet
Atualmente, Marcos Tadeu já não precisa cuidar de tudo: “Algumas pessoas passam aqui na igreja e deixam comigo um saco cheio de sacolinhas. Tem gente que até dobra os saquinhos e coloca nas garrafas PET”. Segundo ele, há pessoas que já criaram o hábito de sair de casa com a sacolinha por causa do projeto e ainda levam duas ou três para abastecer as garrafas PET: “Tem gente que nem cachorro tem, mas ajuda colocando as sacolinhas”. O secretário finaliza mandando um recado importante: “O objetivo é deixar os passeios limpos com a ajuda de todo mundo. O projeto começou comigo, mas hoje é de todos, que precisam continuar contribuindo”.
Queremos trazer o projeto de Tadeu para o nosso bairro, mas precisamos da sua ajuda. Se quiser levá-lo para a sua rua, entre em contato com o jornal para mais detalhes. Vamos começar pela Rua Guaxupé durante o mês de julho, mas vimos algumas garrafas na Rua Gravataí (se você conhece quem as colocou, nos informe). Vamos deixar limpos os passeios da Serra?