Vitória Miranda: exemplo de sucesso no tênis
Leia também: AMR: inclusão social de crianças com deficiência
Uma das atividades na Associação Mineira de Reabilitação (AMR) é a esporte terapia: “Além de contribuir para a socialização dos pacientes, o esporte intensifica a reabilitação física deles”, explica Sérgio Belisário, presidente da entidade. Quando Vitória Miranda, atualmente com 15 anos, entrou na AMR, aos dois, apresentava falta de alinhamento nas pernas: “Hoje elas estão retas, pois lá eu era estimulada a andar, não utilizava cadeira de rodas. Antes não tinha o controle da mão esquerda, eu não conseguia vestir uma roupa, comer e escrever. Eu aprendi tudo na AMR”.
Vitória, que passou por várias cirurgias com o apoio da instituição, ia 2 vezes por semana para fazer fisioterapia, terapia e jogar vôlei. “As aulas de esporte terapia me ensinaram a criar gosto pelo esporte”. Mal sabia ela que isso seria o ponto de partida de uma carreira de sucesso no tênis em cadeira de rodas. “Iniciei aos 7 anos por acaso: estava descendo do ônibus e encontrei a mãe do Rafael Medeiros, tenista paraolímpico. Foi ela que me apresentou a modalidade”.
Após alguns meses praticando, a atleta mirim tomou uma decisão séria: “Parei de jogar, pois a responsabilidade de treinar todos os dias passou a ser um peso para mim. Entrava em quadra e chorava”. Esse hiato durou 2 anos, até que ela perdeu um ente querido. “Essa pessoa sempre me incentivou a ser tenista, seu desejo era que eu voltasse a praticar. Então virei a chave e retornei às quadras aos 10 anos. Hoje eu não consigo viver sem o tênis, é meu amor!”.
É fácil perceber como Vitória gosta de rebater a bolinha amarela. 3ª melhor do mundo nos juniores e integrante da seleção brasileira da categoria, ela é a 5ª atleta do Brasil no ranking adulto, ocupando a 72ª posição geral. “Tenho 16 títulos na carreira, duas medalhas de ouro e fui campeã feminina geral na Paraolimpíada Escolar representando Minas”. Tamanho sucesso com tão pouca idade reflete na rotina atarefada da atleta: “Treino de 3 a 4 vezes por semana depois da escola, que vai das 7h às 16h, além de toda a preparação física. Acabo viajando muito no Brasil e para o exterior, já visitei Colômbia, Argentina, Chile, Portugal e França. Foco nos estudos antes das viagens para não ficar preocupada quando estiver nas competições. Queria saber como dou conta de tanta coisa (risos)”. Para se ter uma ideia, em abril Vitória participou de torneios em Uberlândia/MG, Chile, Argentina e, em maio, do Mundial adulto em Portugal. Dias após conversar com o PLANETA SERRA, ela viajou para a Colômbia, onde disputaria o Parapan-Americano de Jovens entre 2 e 12 de junho.
A correria diária, porém, a está impedindo de frequentar a AMR: “Faz 9 meses que saí da instituição por causa das viagens. Quando abrirem o horário de 1 vez por mês vou voltar para as sessões de fisioterapia”. Enquanto isso, a garota, que tem patrocínios de material esportivo e da cadeira de rodas, diferente da que usa diariamente, sonha disputar o US Open 2023. A maior meta é uma vaga nas Paraolimpíadas de Los Angeles 2028. “Estou a três anos de figurar apenas no ranking adulto, quando farei 18, e desde agora preciso aprimorar minha técnica, treinar bastante. Sou bem acostumada a enfrentar adversários mais velhos”.
Mesmo tão nova, Vitória já sabe que, quando se aposentar, vai fazer faculdade de psicologia do esporte. “Eu tenho muito orgulho de mim mesma por trabalhar com o que gosto”. A trajetória da tenista não teria sido a mesma sem o apoio da AMR. Portanto, faça a sua doação à entidade: acesse www.amr.org.br/quero-ajudar ou ligue para os telefones 0800 7271347 ou 3304-1300 (segunda a sexta, das 9h às 16h). Dê esperança a mais crianças e adolescentes!