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Você conhece bem os vizinhos do seu prédio?

Depois de trabalhar o dia inteiro, você chegou muito cansado. De repente, uma música começa a tocar, vinda do vizinho. Situações como esta são comuns para quem mora em apartamento. Na visão da psicóloga Maria Cristina Resende, o prédio é “muito limitado pois, mesmo não querendo, você acaba ouvindo seu vizinho. E essa interferência nem sempre é bem-vinda”.

Conhecendo-se o vizinho, com certeza o conflito será resolvido mais facilmente: “Se você souber por que ele está ouvindo aquela música, fica muito mais fácil lidar melhor com a situação estressante”.

Este seria um exemplo de resolução ideal, mas normalmente não é isso que acontece. A vida atarefada prejudica a interação entre os condôminos, que acabam afastados uns dos outros. “Essa falta de comunicação vem da necessidade de espaço das pessoas, seja ele físico ou emocional. O ser humano precisa dessa individualidade”, reforça Maria Cristina.

A distância entre vizinhos acontece principalmente por não se conhecê-los. Quando você vai comprar um apartamento, o que mais chama atenção é o valor. “Ninguém se preocupa em conhecer o grupo de moradores para ver se há interesses em comum”, aponta Maria Cristina. Para ela, isso vem da sociedade muito competitiva: “Geralmente não se encara o vizinho como aliado, mas como uma ameaça que está tomando seu espaço”.

Exemplo a ser seguido

Apesar disso, as pessoas devem se aproximar umas das outras. Uma boa iniciativa é enviar um questionário para cada apartamento a fim de saber dos interesses das pessoas: “Deve-se sugerir encontros e atividades, aproveitando as áreas comuns do prédio”, afirma a psicóloga.

É exatamente isso que acontece num prédio na Rua Dona Cecília. A moradora Erilda Souza de Oliveira teve a ideia de renovar os jardins há um ano e meio: “Gosto muito de plantas e, como me aposentei, resolvi dar uma cara nova aos jardins, que eram a mesma coisa havia 30 anos”.

Ela conta que no início vários moradores se opuseram, pois não queriam arcar com os custos, pagos pelo condomínio. “Com jeitinho, fui mudando a paisagem”, conta. Atualmente, são cinco ou seis moradores, dos 72 apartamentos, que participam do projeto, principalmente doando as mudas de orquídeas.

O que mais chamou a atenção de Erilda foi a melhora do relacionamento entre os vizinhos: “As pessoas passam nos jardins para conversar. Antes do projeto, elas se preocupavam apenas com seus afazeres, conversava-se menos”.

Outro benefício dessa maior interação foi descobrir interesses em comum. De acordo com a moradora Kátia Melo Moreira, “há aulas de pilates a semana inteira com uma vizinha fisioterapeuta aqui no prédio. Começamos com três pessoas, hoje são mais ou menos 12 no grupo”. Kátia explica que o grupo adquiriu uma “amizade muito forte, fiquei até mais feliz. A gente se encontra muito”. As amigas ainda pretendem jogar vôlei no prédio e também planejam criar uma horta: “Essa união é muito importante, pois nos ajuda nos momentos alegres e tristes. Nem todos participam, mas procuramos trazer mais gente para o grupo”. Maria Cristina Resende arremata: “Se o convívio com o vizinho for encarado como algo positivo, isso pode ser muito bem aproveitado por todos”. Que tal você conhecer melhor seus vizinhos?

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